AGRESTE>Matérias

 

Veja São Paulo – RECOMENDA
São Paulo, 28 de janeiro de 2004

Paulo Marcelo e João Carlos Andrezza: Sertão Poéticoma História de amor na aridez do setão

TEATRO

AGRESTE. Começou com um flerte. Ela do lado de cá, ele do lado de lá da cerca. Um dia, fugiram para viver juntos num casebre sertão adentro. Essa poderia ser mais uma história de amor com final feliz, não fossem a intolerância e a crueldade despertadas por uma descoberta reveladora. Ao mesmo tempo poético e árido, o drama em cartaz no Teatro Cacilda Becker, na Lapa, a 10 reais o ingresso, é um surpreendente tratado sobre a ignorância. João Carlos Andreazza e Paulo Marcello revezam-se em vários personagens. Ora são narradores, ora assumem o sotaque nordestino e a inocência dos protagonistas. Também dão vida à criativa cenografia bolada pelo diretor Márcio Aurélio. O melhor, contudo, reside do pernambucano texto de Newton Moreno. Tocante, faz a platéia refletir a cada cena.